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  • Foto do escritorSumi-e Brasil

Uma introdução ao Sumi-e

Atualizado: 9 de jan. de 2019


Sumi-e, ou também denominado suiboku-ga, refere-se à pintura realizada com uma espécie de tinta nanquim monocromática,  no início, de origem chinesa. Essa arte pode ser expressa em termos de filosofia e religião. Originária da China, o sumi-e foi considerada a arte dos monges Zen Budista que introduziram essa técnica no Japão por volta de (960-1274), durante a Dinastia Sung.

O Zen budismo é uma religião de extrema auto-disciplina, concentração, detalhamento e contemplação. No ocidente, a filosofia e a religião são frequentemente ignoradas durante a prática do sumi-e. Como resultado, ocorre uma compreensão equivocada dessa arte oriental, quanto a forma de apreciar e compreender essa filosofia de forma mais completa. 

No oriente, a concepção do homem e da natureza é diferente da ocidental. No oriente, não há limite entre os reinos das plantas, dos animais e dos homens, entre o inanimado e o animado, entre a vida e a morte. A natureza é animada e espiritualizada, ao contrário do ocidente que classifica, cataloga e prioriza tudo o que for concebível. Ao homem é concedida a mais privilegiada posição e a natureza é tratada como como algo criado apenas para servir o seu bem estar.

Os orientais buscam a harmonia com o ambiente e o universo, onde cada ser é um membro importante que não é dotado de posição ou distinção. O pintor, portanto, torna-se um com a natureza. Para alcançar esse estado, os monges Zen praticavam uma severa autodisciplina e concentração, com a finalidade de abandonar as fraquezas humanas como o ódio, o medo e a preocupação, abrindo mão da sua individualidade e intelecto e se despindo do seu "eu". Perdendo a sua individualidade, ele passa a fazer parte da natureza, do todo, entrando em sintonia com o universo.

Em sintonia com a natureza, alcança o insight sobre o seu próprio ser e passa a fazer o sumi-e instintivamente. Tanto na China como no Japão, normalmente usa-se o pincel para escrever, assim a pintura torna-se uma extensão da escrita. Assim como no ocidente a caligrafia revela traços de personalidade, na china e no Japão, o caráter do homem é revelado em seus traços e pinceladas. O artista então, é reconhecido por outras qualidades que não sejam apenas a técnica e a habilidade.

Enquanto a maior parte da pintura ocidental clássica teve como objetivo a descrição realista do mundo e de seus objetos, o sumi-e sempre foi uma expressão da percepção do artista tentando captar a essência do tema, dando mais importância à sugestão do que ao realismo. Na pintura ocidental, usa-se muitas cores e tonalidades, no sumi-e, a tinta é geralmente preta mas dela, são extraídas as tonalidades que passam pelo cinza até alcançarem o branco. (Marissol Hiromi Takano e Mikhaela H. Kawahara)


Para saber mais, visite o nosso blog:sumiebrasil.blogspot.com


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